Tenho lido e super indico um livro chamado Antifrágil, de Nassim Nicholas Taleb, um best seller.
Nele o autor explora um tema que eu tinha pensado, só que superficialmente.
Ele define o sistema frágil, não resistente às perturbações externas.
O sistema resiliente, que frente à turbulência e stress, se mantém inalterado.
E o sistema antifrágil, que passa pelas perturbações e se beneficia delas, se fortalece, reinventa.
Ele enfatiza que os sistemas mais complexos, perfeitos e harmônicos são antifrágeis; a natureza é um exemplo.
O ser humano, como parte dela, também é.
Acontece que na nossa tentativa de manter tudo sob nosso controle, inconscientemente privamos as pessoas de sua antifragilidade, conquistada ao lidar com os turbilhões da vida.
Acabamos as tornando frágeis.
Já parou para pensar que se você não tivesse se esforçado, primeiro se arrastando, depois engatinhando e então se apoiando para conseguir ficar de pé e dar os seus primeiros passos, você não teria a autonomia que tem hoje?
Se alguém sempre tivesse te carregado no colo, suas pernas se atrofiariam, apesar de perfeitamente funcionais.
Será que pais e educadores não atrofiam, na tentativa de desenvolver?
Quanto se deve exigir?
Ouvi de professores estrangeiros que, salvo alguns casos especiais, podemos exigir um pouco mais do que o aluno acha ser capaz de entregar. Dessa forma o tiramos do conforto e ele (depois de reclamar, é claro) vai ficar feliz ao ver que superou a sua auto expectativa. Faço isso com meus alunos, ouço lamúrias e sou testemunha de que essa abordagem funciona!
Deixe o seu filho pôr o pé no chão, apesar de às vezes ser mais fácil pra gente carregá-los no colo. Resista!
Apesar de reclamar e chorar (às vezes literalmente), quando ele perceber, estará caminhando mais rápido do que esperava ser capaz. E teremos desenvolvido com maestria o nosso papel como formador: O de formar pessoas antifrágeis para encarar e superar os desafios do mundo. Que pensam em soluções mais do que em reclamar sobre os problemas.
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